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Florianopolis
História
Os Primeiros Habitantes
Primeiramente, a Ilha de Santa Catarina foi habitada pelo Homem do Sambaqui. Constiutídos de caçadores e coletores, os grupos alimentavam-se basicamente de moluscos, empilhando os restos. Estes montes de "lixo" calcificados são chamados de Sambaqui e constituem a mais importante fonte de informações sobre a população pré-indígena.
Em seguida vieram os Tupi-Guarani. Divididos em várias tribos e aldeias, ocuparam a maior parte da área litorânea e foram chamados de Carijó pelos europeus que aqui chegaram.
História
Ponte Hercílio Luz - 1935
Tudo indica que estes índios tenham vindo da região que hoje é o Paraguai.
Eles já conheciam a agricultura, eram sedentários e tinham na pesca a atividade básica para sua subsistência. Recebem os brancos como grande cordialidade e curiosidade, não manifestando qualquer hostilidade. Por isso, é que mais tarde são aprisionados pelos portugueses e vendidos como escravos nos mercados de São Vicente e Bahia de Todos os Santos.

Nomes de algumas regiões florianopolitanas como Pirajubaé, Itaguaçu, Anhatomirim, são uns dos referenciais históricos deixados por eles. Meiembipe, ou "lugar acima do rio" e Yurerê-Mirim, ou "bem pequena", eram denominações que os Carijós usavam para chamar sua terra.

O gradual extermínio destas tribos indígenas no litoral catarinense começa a acontecer no final do século XVII, devendo-se à escravidão e à fraca resistência às doenças trazidas pelos europeus, tais como gripe, sarampo, varíola, tuberculose, etc... Apesar dos esforços do missionários jesuítas espanhóis e portugueses para salvá-los, aos Carijós restou o último papel: serem escravos dos europeus nos engenhos que aqui começavam a ser instalados.

A Fundação do Povoado
Os primeiros colonizadores a se instalarem em Florianópolis foram desertores de algumas expedições marítimas. Entretanto, a fundação da cidade propriamente dita só foi ocorrer a partir de 1675. Foi neste ano que chegou à ilha o bandeirante Francisco Dias Velho, que além de impulsionar o surgimento da cidade, acabou tendo um fim trágico, digno de um filme de aventuras. Com Dias Velho vieram sua esposa, três filhas, dois filhos, outra família agregada, dois padres da Companhia de Jesus e mais 500 índios domesticados.

O bandeirante natural de Santos(SP) é descrito por algum historiadores como um impiedoso caçador de índios, mas o traço mais palpável de sua personalidade era a coragem de desbravador em uma terra cobiçada por piratas de várias nacionalidades. O fundador já trazia informações sobre a existência de um pequeno comércio realizado no local onde seria instalada a cidade e sobre o espírito pacífico dos indígenas. O primeiro passo foi a constrição de uma pequena igreja onde hoje está a Catedral de Florianópolis, contando com a proteção de Santa Catarina. Em seguida foi escolhida a melhor região para a vila, começando a construção de casas e iniciando-se o plantio de novas culturas.


A Trágica sina de Dias Velho
Porém, a determinação de Dias Velho em proteger sua terra foi determinante para o seu fim trágico. Um navio pirata vindo do Peru e comandado por Robert Lewis atracou em Canasvieiras, com um carregamento de prata em seus porões. Em pouco tempo, Dias Velho conseguiu expulsar os corsários, ficando com o carregamento do navio. Mas um ano mais tarde o comandante pirata concretizou sua vingança. Lewis retornou, recuperou sua carga de prata, violou as três filhas virgens do fundador e o matou. Com isso, a família do bandeirante e todos os acompanhantes retornaram a São Paulo, não sem antes concluírem a construção da capela.

A Vila de Nossa Senhora do Desterro
Depois da morte de Dias Velho a Ilha permaneceu abandonada por alguns anos. Mas a necessidade de povoamento da região, para garantia de seu domínio, era uma preocupação dos portugueses. Florianópolis não passava de um povoado de 27 casas. O nome da localidade era Nossa Senhora do Desterro, a elevação à condição de freguesia aconteceu em 1714 e à categoria de vila em 1726. Nessa época, alguns paulistas tiveram autorização para ocupar o estado. Contudo, na Ilha, a preocupação permanecia insignificante. Esse quadro só foi se alterar substancialmente cerca de 20 anos mais tarde, com a chegada dos colonizadores açorianos.


A Colonização Açoriana
A Coroa Portuguesa criou a Capitania Subalterna de Santa Catarina em 1738, passando sua vinculação de São Paulo para o Rio de Janeiro. Mas foi no período compreendido entre 1747 e 1756 que a ocupação da Ilha realmente tomou impulso. Os constantes abalos sísmicos em suas ilhas no Arquipélago dos Açores, em Portugal, e também a superpopulação, serviram de estímulo para que cerca de cinco mil imigrantes açorianos decidissem colonizar a Ilha e o litoral catarinense. Os primeiros imigrantes a desembarcar instalaram-se na rua próxima à Igreja, que hoje é denominada Rua dos Ilhéus em sua homenagem. Aos poucos foram sendo criadas as primeiras freguesias, como a de Nossa Senhora do Rosário da Enseada do Brito, esta última no continente, frente ao sul da Ilha.

O desenvolvimento do Centro
O acesso ao interior da Ilha era difícil e, com isso, o centro urbano se desenvolveu junto à parte mais próxima do continente. A agricultura de subsistência foi a primeira atividade desenvolvida pelos colonizadores com ênfase à cultura da mandioca, qua mais tarde iria atender em pequena escala ao mercado externo.
A classe mais poderosa da época era a dos militares e devido à sua presença no então Porto de Desterro, foi necessário importar roupas, alimentos e objetos de consumo para atendê-los. Assim, surgiu próximo ao porto um pequeno centro comercial para venda de alimentos e produtos artesanais feitos pelos moradores.

A Caça às baleias
As baleias eram visitantes constantes do litoral da Ilha e na segunda metade do século XVIII a Coroa Portuguesa autorizou sua caça. Entretanto a caça à baleia não representou um incremento ao comércio da região, já que a maioria do produto era enviado a Portugal. O impulso mais significativo ao Porto de Desterro com a caça à baleia foi a necessidade de abastecimento com água e alimentos a muitos baleeiros norte-americanos que também aproveitaram para contrabandear escravos. Não demorou muito para que a atividade predatória entrasse em declínio. O primeiro motivo foi a fuga das baleias para o extremo sul e mais tarde a substituição do óleo animal por querosene, a partir do carvão de pedra, e depois por petróleo, como fonte de iluminação. O poder dos militares na região começa a diminuir no início do século XIX e passam a prosperar os comerciantes, na maioria donos de embarcações para comércio entre o litoral catarinense.
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